top of page

Os Chakras são literalmente usinas captadoras e redistribuidoras de energia cósmica (Prana).

Existem muitos Chakras – cada articulação, por exemplo, tem um Chakra – mas sete são os principais e os mais conhecidos.

Os Chakras operam em todos os nossos corpos, do físico ao mais sutil, por isso o Tantra diz que os Chakras possuem 3 níveis:
 

  • o nível das pétalas, que gerencia nossa vida física, material, corporal

  • o nível do botão, que administra nossa vida interna, psico-emocional e energética

  • o nível da raiz que tem a ver com nossa vida espiritual, com o nível da Consciência Una.

Daí a representação gráfica dos Chakras ser uma flor de lótus que se enraíza na coluna (nossa face posterior, o inconsciente, subjetivo, a Sushumna Nadi) e se abre em nossa face anterior (o nível consciente, objetivo, dual, Ida e Pingala).

Apesar de vermos os Chakras desenhados nos livros em duas dimensões parecendo um sistema linear e analógico, os Chakras são fundamentalmente estruturas holográficas.

Os Chakras também expressam estruturas simbólicas, arquetípicas e sistêmicas que se aplicam tanto no nível humano quanto no nível coletivo.

Estaremos então, pontuando além das tradicionais características de cada Chakra (e com as quais a maioria dos interessados no assunto com certeza já estão bastante íntimos), também as suas características mais gerais, mais coletivas : as fases da vida da Humanidade, a relação do homem com Deus e a relação do homem com a reprodução da sua espécie.





Os sete Chakras mais importantes são :

1. Muladhara:
Chakra básico, raíz. Relaciona-se com as três tarefas mais atávicas dos seres vivos: se alimentar, se reproduzir e se defender. Gerencia o nosso aterramento, nosso enraizamento no planeta, no corpo. No corpo sutil está localizado na região do períneo, e gerencia as pernas, pés e ânus.



Está relacionado com o elemento Terra, com as glândulas suprarrenais (a adrenalina é o hormônio do Chakra básico, preparando o corpo para luta-e-fuga), com o plexo nervoso coccígeo (os plexos nervosos e as glândulas endócrinas são a interface entre o nível físico do corpo e o nível energético dos Chakras) e com a região coccígea da coluna vertebral.

Bem equilibrado (com a predominância da Guna Sattwa), o Chakra Muladhara propicia a objetividade, a coragem, a determinação, organização, disposição para o trabalho e para superar obstáculos, saúde física, relacionamento harmônico com as coisas mais materiais da vida (dinheiro, propriedades, p.ex.).



Hiperenergizado (ou com predominância da Guna Rajas) pode gerar avareza, violência, apego, pouca sutileza, atração por formas mais densas de religião ou mesmo pelo agnosticismo ou ateísmo.

Hipoenergizado (com predominância da Guna Tamas) pode gerar baixa auto-estima, excesso de medo, de tristeza, depressão, dificuldade de trabalhar e obter prosperidade material, fuga da realidade com sexo, drogas, religião, etc.

Nesta fase inicial da sua vida, o homem apenas se alimenta, excreta e dorme, em total entrega e dependência, e ainda “pensa” que ele e a mãe são uma única pessoa.


Na relação do homem com Deus, é a fase da Humanidade – os homens das cavernas – onde a emoção primordial e dominante é o medo. Medo do conhecido e do Desconhecido. Medo dos imprevisíveis fenômenos naturais. Quem lembra do inicio do filme “2001 uma odisséia no espaço” quando chega a noite e todos de amontoam numa caverna com medo do escuro da noite? Nesta fase o homem ainda se experimenta como ser totalmente coletivo.

É a fase da Humanidade onde o movimento para procriar expressava exatamente a clássica imagem do troglodita arrastando a mulher pelos cabelos. Entrou-se no “cio”, arrasta-se a primeira fêmea que aparece. É a pulsão de reprodução em seu estado mais puro, mais animal.



No plano mais geral, o Chakra Muladhara tem relação com a Guna Tamas (enraizamento, estrutura), com Annamaya Kosha e com Sthula Sharira (o corpo físico), com o Dosha Kapha (Terra/Água), com o Prana Apana (aspecto descendente da energia vital – Prana – que gerencia tudo o que é expelido do corpo), com o Brahma Granthi e com Kriya Shakti (o poder de agir que rompe este Granthi).

Está relacionado também ao anel muscular pélvico (segundo Wilhelm Reich).



Seu Mantra é LAM, sua cor é vermelho, sua nota é DÓ e o animal relacionado com este Chakra é o Elefante.

Ganesha é um dos deuses do panteão Hindu que podem perfeitamente ser relacionados ao Muladhara Chakra.





2. Swadhishthana:


Ou Chakra sexual, está relacionado ao elemento água. Sendo assim, gerencia tudo o que circula, desde os diversos líquidos corporais até as emoções. É o Chakra da sexualidade, do prazer e dos relacionamentos em geral. A Libido é a poderosa energia de criação e reprodução (chamada no Ayurveda de Ojas) nascida do Swadhisthana e do Muladhara. Reprodução da espécie e também a criação daquilo que devemos deixar através dos nossos talentos e potenciais para as outras gerações - a nossa obra, fruto destes talentos e vocações. 



No corpo físico, está centralizado no púbis e relaciona-se com os órgãos reprodutores (e com as glândulas sexuais), com o plexo nervoso sacral, com toda a cintura pélvica e com a região sacro-lombar da coluna vertebral.

Bem energizado (Sattwa) facilita uma emocionalidade e uma sexualidade equilibradas. Facilidade para se relacionar bem e viver a vida com prazer, fazendo o que gosta.



Hiper energizado (Rajas) pode acarretar em personalidade agressiva, taras sexuais, sadismo, problemas na região pélvico-lombar.

Hipo energizado (Tamas) pode gerar impotência e frigidez sexual, masoquismo, preguiça, dificuldades com sentimentos e emoções.



Nesta fase da vida, o bebê que antes só comia e excretava e pensava que ele e a instância alimentadora e protetora eram a mesma pessoa, percebe agora que isso é bom, é prazeroso. É a manifestação do princípio do prazer, a libido.

Na relação com Deus, é a fase em que a humanidade percebe que por trás dos fenômenos naturais que provocavam medo, deviam haver seres diretores que provavelmente seriam versões colossais do homem e que dominavam os elementos.

E aí começou-se a criar as vias de contato com estas dimensões energéticas e espirituais, desenvolvendo-se as mitologias e as complexas tecnologias dos rituais, cerimônias e sacrifícios, tão presentes até hoje nas culturas orientais e xamânicas.

É também a fase da Humanidade em que para procriar, o nosso trogolodita já não arrasta a primeira mulher “no cio” que ele encontra. Agora ele escolhe, seleciona de acordo com seu gosto.



O Chakra Swadhishthana tem relação geral com as Gunas Tamas (Terra/Água) e Rajas (fogo), com Pranamaya Kosha (o corpo de energia), com Prana Vyana (que gerencia a circulação dos líquidos orgânicos e da energia pelo corpo) e com os Doshas Kapha (Terra / Água) e Pitta (Fogo / Água).



Está relacionado também ao anel abdominal da psicologia Reichiana.

Seu Mantra é VAM, sua cor é laranja, sua nota é RÉ e o animal relacionado à este Chakra é o crocodilo (e o jacaré)





3. Manipura:


Ou Chakra do plexo solar, elemento fogo. Relaciona-se com o ego, o poder pessoal, a auto estima e o auto valor. Rege o sentido de individualidade (como eu, enquanto indivíduo, me experimento e consequentemente como me posiciono no coletivo e nas relações). Gerencia tudo aquilo que deve ser digerido : alimentos, pensamentos, sensações, sentimentos e emoções.



No corpo físico, relaciona-se com o pâncreas, com o plexo nervoso Epigástrico, com o sistema digestivo em geral e com a interface entre as regiões lombar e torácica da coluna vertebral.



Bem energizado (Sattwa) liberta do medo, facilita a compaixão e a importância com os sentimentos alheios, liberta da necessidade de controlar a si mesmo e aos outros. Apresenta boa auto estima, auto valor e poder pessoal.

Hiperenergizado (Rajas) produz o tirano, o raivoso, temperamental explosivo, o egoísta, o egocêntrico. Também produz azia, gastrite, bruxismo, problemas no fígado, pâncreas e intestino delgado.



Hipoenergizado (Tamas) facilita a complacência, a baixa auto estima, a subserviência, a hipocrisia, anorexia, a tendência a mascarar suas inseguranças e dificuldades, a atitude de superioridade que vem compensar um sentimento de inferioridade.

Nesta fase da vida do homem, o bebê descobre que ele e a mãe são dois seres separados. É o princípio da individualização.

Na relação da Humanidade com Deus, é a fase em que o homem percebe que por trás dos “diretores” cósmicos tem um “Presidente”. É o surgimento do Monoteísmo. É um Deus único - mas ainda pessoal - “o que devemos temer”, o Deus que expressa a “ira divina”. É o Jeovah das religiões cristãs-judaica e o Allah dos mulçumanos, por exemplo.

Em relação a evolução da Humanidade, é a fase em que o homem além de selecionar a(s) fêmea(s) com quem quer acasalar, desenvolve o sentimento de exclusividade (“essa é só minha !”). É o princípio da família, dos clãs, da contínua fragmentação e reorganização do bolo gregário do início.



Este Chakra faz a interface entre os níveis animal e humano no homem.

Está, no geral, relacionado a Guna Rajas (Fogo/Ar) , a Manomaya Kosha (o corpo psico-emocional), ao Prana Samana (que gerencia os processos de assimilação), e ao Dosha Pitta (Fogo / Água).

Relaciona-se também com o anel diafragmático de W.Reich.

Seu Mantra é RAM, sua cor é amarela, sua nota é MI e o animal relacionado a este Chakra é o carneiro.

Rama é a divindade Hindu – o “padroeiro” do Dharma - que podemos relacionar ao Manipura Chakra.





4. Anahata:


O Chakra cardíaco, relaciona-se com o elemento ar.

No corpo físico, relaciona-se com a respiração, com os pulmões e o coração, bem como com a glândula timo, com os plexos nervosos cardíaco e pulmonar e com a região torácica da coluna vertebral e também com a cintura escapular.

Assim como com os sentimentos, afetos, amor, carinho, alegria, beleza, devoção.
Localiza-se no centro do peito e é o Chakra dos braços e das mãos, do dar e receber.

Bem energizado (Sattwa), facilita o desapego, a paciência, a toelrância, o amor incondicional, a devoção, o altruísmo, a compaixão.



Hiperenergizado (Rajas) pode produzir sentimentalismo exagerado, personalidade egoísta, arrogante, prepotente. E também ansiedade, pressão alta e demais problemas cardíacos e respiratórios.

Hipoenergizado (Tamas) acarreta em sentimento de vítima, de culpa, passividade, sensação de medo e inferioridade, angústia no peito, asma, dificuldade de contactar seus sentimentos, dificuldade de se aceitar, depressão.

Nesta fase da vida, a criança percebe que além do cuidado e da proteção física vindos daquele ser separado dela, também há um sentimento, há um afeto.



Na relação do homem com Deus, é a fase em que o Deus “a quem eu devo temer” se transforma no Deus “a quem eu devo amar”. O upgrade do terceiro para o quarto Chakra, neste sentido, tem sido sempre fomentado pelos Avatares ao longo da história do mundo, e Cristo é o grande símbolo deste salto (e seu gesto de braços abertos é o grande símbolo deste Amor incondicional).



Em relação aos relacionamentos: neste nível, o que motiva o encontro entre homem e mulher para procriar passa a ser o afeto, o sentimento, não mais o desejo animal e a força. A escolha é feita pelo coração.

O Chakra Anahata está relacionado às Gunas Rajas (Fogo/Ar) e Sattwa (Éter), a Manomaya Kosha (corpo-psico-emocional) e Vijñanamaya Kosha (corpo psico-espiritual), ao Vishnu Granthi e a Iccha Shakti (o poder de desejar que rompe o Vishnu Granthi), ao Prana Prana (aspecto ascendente da energia, e que gerencia tudo o que é absorvido, bem como as atividades cardíaca e respiratória), e aos Doshas Vata (Ar/Éter) e Pitta (Fogo/Água).

Relaciona-se também com o anel torácico de W.Reich.



Seu Mantra é YAM, sua cor é verde (alguns usam a cor rosa), sua nota é FÁ e o animal relacionado a este Chakra é o Antílope.

Krishna é o Deus que podemos relacionar ao Anahata Chakra. Também podemos relacionar aqui Hanuman, o Deus macaco do Ramayana, filho do vento (Vayu), “padroeiro” do Pranayama e símbolo do devoto perfeito.





5. Vishuddha:


O Chakra laríngeo, elemento espaço (éter). Gerencia a criatividade, a voz, a expressão (verbal, emocional, criativa, profissional), as glândulas tireóide e paratireóide e o plexo nervoso laríngeo.

É o Chakra dos professores, dos artistas, dos políticos, dos oradores e dos terapeutas.

É o Chakra que faz a ligação entre o sentir (Anahata Chakra) e o pensar (Ajña Chakra). Simboliza também a ponte entre as dimensões da dualidade e da Unidade no homem.

É a interface que divide os níveis humano e divino no homem.



Bem energizado (Sattwa) permite uma boa comunicação entre consciente e inconsciente, franqueza e sinceridade, expressão equilibrada dos sentimentos e emoções, e plena utilização dos potenciais e dos talentos criativos e construtivos.

Hiperenergizado (Rajas) acarreta em falar demais (especialmente de si mesmo), em expressar sua sinceridade ou seus sentimentos de forma rude. Pode acarretar em hipertiroidismo e gula (ou bulimia).



Hipoenergizado (Tamas) produz dificuldade em exprimir suas emoções, sentimentos e opiniões, engolir sapo, engolir choro, dificuldades com a criatividade e com a expressão dos seus talentos e potenciais. Pode acarretar em anorexia e hipotiroidismo.

Nesta fase da Humanidade, o homem percebe que por trás de um Diretor Pessoal, Criador, há um Espírito Eterno, incriado, imanifesto, impessoal. É mais ou menos como os Espíritas, por exemplo, conceituam Deus.



O Chakra Vishuddha está relacionado as Gunas Sattwa (Éter) e Rajas (Fogo/Ar), a Manomaya e Vijñanamaya Kosha (corpo psico espiritual), ao Prana Udana (aspecto da energia vital que gerencia tudo o que ocorre no âmbito da cabeça – sentidos, cérebro e mente), e ao Dosha Vata (Ar/Éter).

Relaciona-se também ao anel oral de Reich.



Seu Mantra é HAM, sua cor é cor azul celeste, sua nota é SOL e o Animal que está relacionado a este Chakra é o Elefante branco.

Podemos relacionar as deusas Saraswati (esposa de Brahma, deusa da cultura e das artes) e Lakshmi (esposa de Vishnu, deusa da fortuna) ao quinto Chakra.





6. Ajña:


O Chakra do terceiro olho, está relacionado a glândula hipófise e ao plexo nervoso Cavernoso.

No corpo físico, regula o funcionamento do cérebro - bem como da mente - assim como os órgãos dos olhos, boca, nariz e os ouvidos (e também os sentidos da visão, paladar, olfato e audição).



Gerencia desde o pensamento racional cartesiano até os estados transpessoais, mediúnicos e meditativos.

Bem energizado (Sattwa) facilita a visão neutra, sem julgamentos (a “Visão da Águia” dos xamãs), o discernimento correto, o uso concentrado e eficiente do pensamento racional, a utilização equilibrada do sexto sentido (sensitividade) e também a facilidade em silenciar a mente na Meditação.



Hiperenergizado (Rajas) produz uma mente rápida demais, com excesso de informação, e uma vida absolutamente centrada nessa mente. Pode produzir também, o mau uso das faculdades extra-sensoriais.

Hipoenergizado (Tamas) pode gerar dificuldades cognitivas, de concentração e de memória, e dificuldades de abstrair e de intuir.



Neste nível da compreensão espiritual da Humanidade o homem percebe a perspectiva da Unidade. A compreensão e a realização de que tudo é Um e a separatividade é apenas uma ilusão (Maya). “Além” do Deus impessoal (que se contrapõe dualísticamente ao Deus pessoal, Criador), existe o Absoluto, o Tao, Brahman, a Consciência Eterna não-dual (Satchidananda, como dizem as Upanishads).



O Chakra Ajña está relacionado com a Guna Sattwa (Éter), com Vigñana e Anandamaya Kosha (o corpo de bemaventurança), ao Dosha Vata (Ar/Éter), ao Shiva Granthi e a Jñana Shakti (o poder de conhecer, que rompe este Granthi).

Sua cor é o azul marinho, sua nota é LÁ e seu Mantra é OM. O Animal relacionado a este Chakra é a Águia.

Shiva, o “padroeiro” do Yoga, do Tantra e da Vedanta, é o Deus do sexto e do sétimo Chakras.





7. Sahasrara:


Ou Chakra da coroa, é o Chakra da Transcendência e da Iluminação.

Relaciona-se à Guna Sattwa e a Anandamaya Kosha.



Alguns autores o relacionam com a glândula pineal e com as cores violeta ou branco.
É o Chakra da Unidade onde o homem concretiza a realização da sua Natureza Real.



Sua nota é SI e seu "som" é o Silêncio.

2020.jpg

Terapeuta integrativa, sistêmica, xamânica, ayurvedica, fitoterapeuta e de cuidados femininos. Foi diretora do Espaço Samatva de Yoga e Ayurveda. É artista e criadora da Pachamamita linha de Bio Cosméticos Naturais.

Fernanda Vilela

  • Canal Youtube Fernanda Vilela . Terapias & Som
  • Instagram Fernanda Vilela Artes
  • Facebook Fernanda Vilela
  • Instagram Fernanda Vilela Terapias
  • Pinterest
bottom of page